sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A estratégia e a responsabilidade social - Michael E. Porter

Por sua notoriedade e sua efetiva contribuição ao mundo da gestão, Michael Porter era aguardado com ansiedade pelo público que compareceu ao segundo dia do Fórum Mundial de Estratégia da HSM.

O professor da Harvard Business School compartilhou com os presentes o seu pensamento a respeito da conexão das ações de responsabilidade social com a estratégia das empresas.

Para o Mestre da Estratégia, os gestores têm tido dificuldades em fazer as melhores escolhas no campo da Responsabilidade Social Corporativa (RSC), pois se sentem compelidos a ceder às pressões que, muitas vezes, não levam a ganhos reais para a sociedade e para a organização. No campo da RSC, as pressões sobre os executivos crescem em variedade e quantidade. Os decisores sentem-se confusos em relação à definição de seu programa para a área social e, com freqüência, desviam-se de suas atividades principais ao deixar-se levar pelas reivindicações de grupos sociais. “Nenhuma empresa conseguiria resolver todos os problemas do mundo. Portanto, o desafio é selecionar as áreas em que a sua empresa poderia criar valor compartilhado”, adianta Porter.

Ao começar a elucidar seu ponto, Porter lembrou aos presentes que a função de responsabilidade social das empresas passou por uma fase “de guerra”, na qual os ativistas sociais exerciam intensa pressão sobre as empresas que, por sua vez, tentavam atrasar essas demandas. Com o tempo, as empresas começaram a tentar diminuir a briga por poder. Cresceu a ênfase sobre o assistencialismo e a caridade, principalmente motivada pelo cuidado com a imagem das empresas. Esta é a fase atual, segundo o professor. “No entanto, percebo que não estamos obtendo resultados muito bons. Há muito esforço e muito dinheiro sendo investido, mas o impacto da RSC ainda é limitado”, disse Porter.

Para ele, muitos gerentes já questionam o valor do que estão fazendo. A base intelectual da RSC, contudo, ainda é precária e não há um mapa que oriente os gestores. Na visão do consultor, as empresas brasileiras têm percepção social bastante forte, provavelmente mais do que as americanas, mas há um longo caminho a percorrer.








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