sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O segredo de negócios do Google - Andreas Huettner

Mais do que uma revolução tecnológica ou de comunicações, a Internet é um mundo sem fim de oportunidades para fazer um mundo melhor. É com essa visão que o Google encara sua missão no mundo de hoje. A palestra sobre a estratégia de negócios da empresa foi apresentada pelo atual diretor executivo do Google Brasil, Andreas Huettner. Austríaco e engenheiro – como, aliás, 80% do staff da empresa – , começou sua carreira na Mercedes-Benz do Brasil.

Andreas regressou à Europa para assumir a diretoria de Business Development da Bertelsmann New Media – maior empresa de mídia no continente europeu, onde ocupou diferentes posições, dentre as quais diretor de vendas da Lycos, em Paris. Em 2006, foi para o Google alemão e acabou por retornar ao Brasil para coordenar o mercado do Google que mais cresce no mundo. Os conceitos de negócios e comunicação mudaram e, com isso, não é de se estranhar que o Google tenha uma postura diferente e lúdica de trabalhar. “Nos escritórios, sempre há fotos, e uma me chamou muito a atenção, mostrando três monges tibetanos em que um deles, em vez de olhar para a câmera, brincava com um celular. Se até os monges se comunicam de maneira moderna, imagine o resto do mundo”, comentou logo no início da palestra.

Hoje há no mundo 1,3 bilhão de pessoas on-line e, desde que começou a entrar na vida das pessoas, a Internet já passou por três fases.

A primeira foi a da informação, a segunda foi a da distribuição e comunicação com os programas de mensagens instantâneas e de voz via Internet e a terceira é a do relacionamento pelas redes sociais. O Google faz dez anos este ano e atualmente oferece uma gama de produtos a seus consumidores que vai muito além de um sistema de busca: comporta e-mail, localizadores geográficos, administradores de imagens, pesquisa de acessos, blogs etc. Isso significa que essas 1,3 bilhão de pessoas estão fazendo tudo o que é possível na Internet. Elas pesquisam preços, pesquisam informações, se comunicam e fazem parte de um cenário sem fronteiras geográficas e muito mais democrático que a pré era digital. Huettner aponta três motivos para isso:

- custo de memória está diminuindo. Há poucos anos, se pagava US$100 por um MB e hoje é US$ 0,1.

Além da memória ser cada vez mais portátil. Em compensação, a outra forma de estocar e gravar dados, papel e filmes, ficou com preço estável. “Hoje o mundo cabe em um dispositivo como um iPod. Em 2012, ele vai armazenar um ano de vídeo. Em 2015, estocará todas as musicas que já foram feitas e em 2020 toda a informação deste mundo caberá ali

- mais conectividade. Hoje tudo está conectado: a banda larga triplicou no Brasil nos últimos quatro anos. “No Brasil se gosta muito de interagir com Internet e telefone móvel. Fica-se 36 horas por mês na Internet, mais do que uma hora por dia, o que é mais que qualquer outra nação no mundo

- custo de produção está caindo muito.

Tempos atrás, a TV, a prateleira ou o jornal determinava qual vídeo seria visto, qual show, o que seria lido. Hoje qualquer um pode gravar música e espalhar pelo mundo, a pessoa agora é ativa na mídia e não mais passiva. “Na estratégia Google está entender que nosso business é global (todos os países e línguas) mais de 50 escritórios, 117 idiomas (na verdade cinco delas são idiomas fakes, como o idioma do Senhor dos Anéis.”

O consumidor hoje gosta de se expressar, de compartilhar suas coisas com outros, de mostrar a opinião deles, tanto que a blogosfera cresce muito. Nos últimos três anos cresceu 100 vezes no Brasil e a cada 200 dias, duplica. Embora alguns blogs tenham só o próprio autor como leitor, outros têm mais do que os jornais mais lidos do mundo todo”, comenta sobre a interação entre as pessoas via Internet.

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