segunda-feira, 26 de maio de 2008

Abismo digital entre maiores economias do mundo diminui.



O chamado abismo digital entre as 69 maiores economias do mundo está cada vez menor, de acordo com um ranking divulgado nesta sexta-feira pelo centro de estudos Economist Inteligence Unit.

O ranking, compilado desde 2000, traz os países com a melhor "prontidão eletrônica", uma avaliação do desempenho dos países quando se trata de integrar tecnologia e comércio eletrônico. O critério foi desenvolvido junto com o Instituto IBM.

A Dinamarca continua sendo o país com o melhor ambiente para se fazer negócios online, seguida pelos Estados Unidos e Suécia. Mas o ranking mostra também países da África e da Ásia subindo posições e se aproximando dos países mais industrializados do mundo.

O Brasil está na 43ª posição, caindo dois lugares desde o ano passado.

"A pontuação geral brasileira aumentou, mas não tanto quanto outros países, e por isso o Brasil acabou caindo duas posições", disse Denis McCauley, editor do relatório. A organização realizou mudanças no ranking, adicionando critérios de avaliação como o tipo de conexão disponível e o comprometimento do governo em usar a internet e criar políticas para facilitar o acesso à rede.

A nova categoria que mede o acesso à banda larga foi a única em que a pontuação do Brasil caiu, já que o país "geralmente se sai melhor na medição do acesso a conexões de banda estreita", segundo McCauley.

Mas a banda larga foi em parte responsável pela melhora de outros países do ranking, como Hong Kong (4ª posição) e Cingapura (6ª) e Taiwan (16ª). Isso acontece porque a Internet de banda larga está ficando cada vez mais barata em quase todos os países analisados. A mudança também foi afetada por políticas e iniciativas dos governos desses países.

"O papel dos governos em estabelecer as bases estruturais e de políticas para uma economia pronta pata a internet é essencial hoje quando os negócios e a sociedade se adaptam à corrente globalização", disse George Pohle, líder global do Instituto IBM.

O Brasil é campeão de horas on-line e os brasileiros dominam ferramentas como Orkut e MSN, mas quando o assunto são os blogs o país passa longe da liderança.

De acordo com um levantamento divulgado em abril pelo site Technorati, que monitora blogs em todo o mundo, o português corresponde a apenas 2% da blogosfera

- apesar de aparecer entre os 10 idiomas mais "blogados". Este universo é dominado pelo japonês, que tem 37% dos posts, seguido de perto pelo inglês, com 36%.

"Em relação a outros números da internet do Brasil, isso é pouco.

Nos últimos meses temos sido campeões nas horas de acesso, e o MSN e o Orkut são dominados por brasileiros", disse ao G1 Fábio Flaschart, professor da área de internet do Senac São Paulo. "Mas existe um crescimento muito grande, com a popularização de ferramentas para a criação de blogs, que o usuário iniciante pode utilizar."

Os outros idiomas que estão entre os mais utilizados são o chinês, com 8%; o italiano e o espanhol, com 3% cada; russo e francês com os mesmos 2% que o português; e alemão e persa, com 1%.

O persa é a novidade da lista, impulsionado pelo crescimento no número de blogueiros do Oriente Médio, especialmente no Irã. A porcentagem restante, 5%, é composta por outros idiomas em menor proporção.

Foi em abril, há dez anos, quando o especialista em informática Dave Winer começou a escrever um diário na internet que seria conhecido como weblog - termo criado por Jorn Barger - e, atualmente, blog.

Existe a polêmica se Winer foi ou não o primeiro blogeiro (Barger também é citado como o pioneiro com seu robotwisdom), mas parece certo acreditar que somente com Winer e seu Scripting News a interatividade e o que hoje nos acostumamos a ver como blogs foram finalmente consolidados.

Desde então, os blogs caminharam lentamente para assumirem um papel cada vez mais ativo na mídia convencional. Os grandes portais convidaram vários jornalistas e especialistas para criarem blogs em seus domínios enquanto profissionais como o jornalista Ricardo Noblat passaram a usá-los como mais uma ferramenta de trabalho.

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