quarta-feira, 25 de março de 2009

Tecnologia: fator de diferenciação - Alberto Ferreira

O emprego da tecnologia inserida no planejamento de negócios pode fazer a diferença, em termos de oportunidades, melhorias e lucratividade.

A ESAB, uma empresa de máquinas e componentes industriais, tinha como grandes desafios, em determinada momento, expandir suas operações, ter um maior controle nos processos, melhorar a produtividade, fazer o fechamento de resultados financeiros de forma mais rápida e precisa, automatizar processos e aumentar o número de linhas e a complexidade de produtos,ou seja, havia um leque de demandas bastante amplo, e o objetivo de abordá-las conjuntamente era ambicioso. No entanto, após utilizar metodologias e práticas que levaram em conta uma estreita integração entre ações de tecnologia, controles de SAP e objetivos de negócio, a empresa chegou à redução de impressionantes 800% no tempo de fechamento no final do mês. Também aumentou entre 400% e 500% o faturamento entre 2002 e 2007, elevou em 250% o número de faturas por mês e obteve um aumento de 600% no número de produtos com qualidade comprovada.

Esse foi um cases de sucesso apresentados por Alberto Ferreira, engenheiro e especialista em marketing, sales management e information systems, com 25 de experiência no mercado, em diversas empresas, que tem dedicado boa parte de sua carreira na defesa da utilização de tecnologia aplicada em favor dos processos e dos negócios.

Para Ferreira, a tecnologia é um fator fundamental, na trajetória de qualquer empresa, que pode influir decisivamente no sucesso, no crescimento e no aumento da lucratividade da companhia. Desde que conjugada com o uso de processos adequados e a gestão eficaz de pessoas.

Resumindo: Tecnologia + Processos + Pessoas = Melhoria nos Negócios e na Lucratividade.

No entanto, para que isso se torne uma realidade corriqueira no âmbito empresarial brasileiro, é necessário que as empresas deixem de encarar a tecnologia como uma “caixa preta”, e que passem a encarar a tecnologia como um instrumento vital para a transformação dos negócios e dos processos produtivos. Segundo Alberto Ferreira, 99% dos CEOs consideram a tecnologia como ponto crucial para o sucesso de suas empresas, mas apenas 32% envolvem seus executivos de tecnologia no início da elaboração de um plano estratégico de negócio.

O foco em TI, muitas vezes, acaba se voltando muito para redução de custos e melhoria de processos. “As oportunidades são enormes. Quando integramos a tecnologia ao planejamento dos negócios, sem perder o controle da produção, ganhamos no contexto geral. O que se busca é eficiência na base, estratégia com flexibilidade e a incorporação de constantes insights de informação, para que a empresa possa crescer com lucratividade, reduzir custos e ter acesso instantâneo e descomplicado a processos, facilitando a análise e a interpretação de dados para transformá-los em informações para decisões de negócios”, destaca Ferreira.

Nesse sentido, é saudável e importante haver redução de custos, principalmente em tempos de crise, mas a tecnologia não deve ser encarada como uma despesa, mas como um investimento, para que a empresa tenha uma plataforma mais eficiente, que lhe permita buscar resultados crescentemente melhores.

Outros exemplos de cases de sucesso apresentados por Ferreira, como a Braskem, a VCP (Votorantim Celulose e Papel) e Petronect, ligada à Petrobras, também tiveram melhorias expressivas no que tange a resultados, processos mais eficientes e diminuição de custos, ao enfrentarem desafios de negócios com o apoio de soluções de tecnologia integradas às estratégias comerciais e à governança das empresas.

Assim, questões como falta de padronização a automatização de processos, necessidade de integração de operações e negócios, necessidade de reduzir custos e desejo de ampliação de linhas de produtos foram encaradas e equacionadas com a participação de suma importância de soluções tecnológicas.

A importância da execução

Na parte final de sua palestra, Alberto Ferreira explica a importância da execução, tão importante quanto o planejamento e a idealização. Ferramentas de web são fundamentais neste processo. Para aliar o uso da tecnologia às estratégias de negócio, Alberto Ferreira acentua que a execução é tão ou mais importante que o planejamento e a idealização. Segundo ele, 82% dos projetos de sucesso falharam em algum ponto na execução.

Nos dias de hoje, em que iniciativas como blogs corporativos, uso do iPOD com GPS para reservar ingressos de cinema, Twitter, aplicativos cada vez mais amplos nos celulares, processamentos customizados na Web, uso de Skype e outras nos remetem a um futuro que se altera a cada segundo, saber aproveitar os recursos disponíveis e garantir a plena execução de um plano tecnológico nos fazem ficar à frente no que diz respeito à competitividade. Como uma dica importante, Alberto Ferreira elenca um rol de dez passos importantes para mitigar riscos e garantir uma boa execução de um plano de tecnologia:

1) Envolvimento inicial: os executivos de tecnologia devem sempre ser envolvidos na fase inicial da elaboração do planejamento estratégico do negócio.
2) Parcerias: deve-se escolher parceiros que tenham soluções consistentes na base e flexíveis nas pontas. Podem ser poucos e bons parceiros.
3) Patrocínio: se possível, o CEO da empresa deve ser o sponsor do plano de tecnologia.
4) Planejamento: o plano de tecnologia deve estar alinhado ao negócio, com indicadores mensuráveis e fáceis de serem entendidos e acompanhados por todos.
5) Desempenho X compensação: o desempenho do plano de tecnologia pode estar atrelado a bônus e outras compensações dos funcionários de tecnologia e negócios. Isso contribui para um envolvimento ainda maior.
6) Integração: é uma prática saudável promover encontros ou workshops de interação entre executivos de tecnologia e negócios.
7) Pessoas: deve-se focar em gestão de mudanças e na capacitação de todos os envolvidos, pois nada irá adiante sem isso.
8) Comunicação: fator primordial; a comunicação deve ser constante e focar o andamento e os benefícios esperados. Sem ter informações, as pessoas não se envolvem e não se mobilizam.
9) Coordenação da execução: é importante haver um recurso ou um grupo de gestão do processo de execução, para direcionar esforços e dar foco.
10) Governança: reuniões periódicas de avaliação, acompanhamento dos indicadores, tomada de decisões em equipe e realinhamento de objetivos, quando necessário, são medidas de boa governança.

Com tudo isso, Alberto Ferreira enfatiza que, no dia-a-dia, a tecnologia pode estar presente, de maneira cada vez mais marcante, nas estratégias e nos negócios, contribuindo para que a empresa tenha vantagem competitiva e para que possa crescer e inclusive superar momentos de crise como esse que estamos vivendo.

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