quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O meio ambiente como diferencial - Daniel Esty

Daniel Esty, professor da Yale University e especialista em estratégia ambiental corporativa, destacou, a importância de as empresas olharem a questão ambiental como diferencial competitivo, bem como de buscarem a inovação. Em uma hora e meia de apresentação, o palestrante indicou várias empresas brasileiras que têm sido reconhecidas por suas posturas em prol da sustentabilidade, como Braskem, Banco Real, Natura, Vale e Embraco.

Esty recordou que o meio ambiente se tornou uma preocupação importante para os negócios há muito tempo e que, nos últimos 10 anos, tem aumentado o interesse do público em geral sobre esse assunto, seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Questões relacionadas ao uso da água, à poluição do ar, à exposição aos elementos tóxicos e ao descarte adequado de resíduos passaram a fazer parte da vida das pessoas de maneira mais intensa. Além disso, diversos países têm feito experimentos ambientais. Os clientes também estão seriamente preocupados com uma abordagem ambiental, e as empresas precisam trazer essa preocupação para o seu dia-a-dia. Ao trazer o foco na sustentabilidade para o centro dos negócios, a empresa passa a ter mais clareza sobre uma trajetória sustentável e duradoura. No entanto, no geral, as empresas têm seguido normas ambientais somente devido ao cerco regulatório.

O professor de Yale considera que seria muito melhor se o pólo decisório do desenvolvimento tecnológico fosse coordenado pelas empresas, saindo gradativamente do exclusivismo dos investimentos governamentais. “As empresas têm que tomar a frente do processo de desenvolvimento tecnológico e tirar esse processo da exclusividade dos governos”. O palestrante lembra que, para se resolver as questões climáticas, é necessária, além de convenções como o Protocolo de Kyoto, uma ação conjunta. Todos nós teremos que fazer a nossa parte em termos de redução de emissões, busca de práticas e políticas mais sustentáveis e mudança de postura. Ao gerenciar os custos e riscos ambientais melhor que a concorrência, uma empresa terá condições de alcançar posições competitivas no mercado. A palavra mágica na arena ambiental e na arena de negócios é inovação. É preciso inovar e sair do “fazer por fazer”.

No momento atual, no qual há uma recessão à vista, abre-se uma janela de oportunidade para o desenvolvimento sustentável. Afinal, ter maior eficiência energética, gastar menos insumos, gerar menos sucatas e extrair resultados adequados pode fazer a diferença. Para Esty, este é um ótimo momento para se ganhar participação no mercado.

As “ecovantagens” (menores custos, maior produtividade, mais receitas, menos acidentes) podem nos colocar em posição de destaque no mercado, mas temos que trabalhar para isso. Nenhuma empresa tem tudo pronto, mas podemos evoluir e avançar na estratégia “verde”, sem deixar de lado as nossas estratégias de negócio e as nossas metas. “Esse é desafio que se apresenta. Vamos a ele”, conclama o especialista, ao finalizar sua apresentação.




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