terça-feira, 10 de junho de 2008

Busca pela identidade sustentável - Christina Carvalho Pinto

Com foco no desafio da sustentabilidade, Christina Carvalho Pinto falou de respeito à identidade e à cultura local como fatores fundamentais para a mudança de conceitos no marketing. Na última palestra do primeiro dia do Fórum Mundial de Marketing e Vendas 2008, promovido pela HSM, Christina Carvalho Pinto, publicitária e uma das lideranças em mídia ética no Brasil falou sobre como o departamento de marketing das empresas também deve ser atuante na busca pela sustentabilidade e pela ética.

Partindo do conceito do relacionamento entre o consumidor e uma marca ou produto, a palestrante explicou a necessidade da marca ser o espelho do que a pessoa pensa e é. "É por esse motivo que as marcas precisam de diferenciação e relevância, pois as pessoas também são diferentes e únicas", explicou, ressaltando a necessidade das marcas não renegarem as tradições e culturas dos locais onde atuam. Para Christina, a análise do ser humano do século XXI dá uma idéia de como as mudanças são necessárias no marketing.

Não há mais o encanto com o que é cientificamente comprovado; há um questionamento maior sobre autoridades e poder; há uma necessidade de espiritualização para que o ser humano se reencontre com si próprio e com a natureza; e há um caminho para a real democratização, já que os problemas hoje são globais e não só locais, o que gera uma mudança de paradigma e a necessidade de que se reconstrua a realidade. "Essa falta de sintonia e de sensibilidade com o ser humano e com a natureza é refletida no estresse existente nas empresas e faz com que os discursos de mudar rumo à sustentabilidade não correspondam à realidade. Por isso, é preciso que as pessoas questionem como a empresa marca a sua vida e, também, que marca elas próprias querem deixar no mundo", analisou.

Na área de marketing em especial, Christina explica que existe a possibilidade e responsabilidade em escolher as mídias nas quais vão figurar os anúncios de sua empresa. Assim, é possível não só estimular posturas mais éticas da imprensa como associar seu produto a uma postura mais condizente com a de sua empresa. Ela ressaltou também que é preciso voltar a pensar no consumidor como cidadão e não como alguém que apenas tem o poder de compra. Citando a sustentabilidade como o maior desafio atual no mundo corporativo, Christina concluiu sua palestra atentando para a necessidade de cada um colocar-se em contato consigo e com o mundo a sua volta para resgatar o processo de relacionamento entre homem e natureza, que está desfigurado. "É preciso que seja uma relação de sujeito-sujeito e não de sujeito-objeto, como bem definiu Homero Santos, uma das maiores referências nacionais em sustentabilidade", finalizou a palestrante.

Christina Carvalho Pinto comemora a conquista do prêmio "As mulheres mais influentes do Brasil" no segmento de marketing e propaganda.

Promovida pela Gazeta Mercantil e revista Forbes, a premiação pré-selecionou 78 personalidades femininas, divididas em 26 categorias do cenário econômico brasileiro. As vencedoras foram eleitas por votação popular, através da web.

Publicitária está entre as mulheres mais influentes

A revista Forbes e o jornal Gazeta Mercantil realizaram este ano a primeira edição do premio "As mulheres mais influentes do Brasil".

Christina Carvalho Pinto, Presidente do grupo Full Jazz foi eleita a vencedora da premiação no segmento marketing e propaganda. Redatora e diretora de criação, Christina, que já presidiu a Young & Rubicam, criou o Grupo Full Jazz de Comunicação em 1996. Atualmente, a empresa atua nas áreas de propaganda, web e cidadania d marcas. A publicitária ganhou prêmios como Sawa/Cannes, Clio, Festival de Nova York, Profissionais do Ano, Anuário do Clube de Criação, Festival Brasileiro do Filme Publicitário, Premio Colunistas e Fiap (Festival Ibero Americano de Publicidade).

Ainda foram premiadas a empresária Luiza Helena Trajano Rodrigues, do Magazine Luiza, no segmento Indústria e Varejo, além da escritora Lygia Fagundes Telles, na categoria Literatura, entre outras. Ao todo, a Revista selecionou 78 personalidades femininas, divididas em 26 categorias diferentes do cenário econômico nacional. Cerca de 20 mil pessoas votaram para a escolha das vencedoras por meio do site da revista. O premio "As mulheres mais influentes do Brasil" será entregue no próximo dia 7 de dezembro no Rosa Rosarvm, em São Paulo.

Presidente e sócia proprietária do Grupo Full Jazz de Comunicação, é o maior nome feminino da história da propaganda brasileira. Foi a primeira mulher a presidir como sócia, um grupo multinacional na América Latina: o Grupo Young & Rubicam, que liderou durante 7 anos. Duas vezes eleita Profissional de Propaganda do Ano pelo Prêmio Colunistas, recebeu em 1991 o reconhecimento maior: Profissional da Década pela ABRACOMP (Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda). Em 1997 a mesma ABRACOMP elegeu Christina um dos 5 maiores profissionais de propaganda da história dos últimos 30 anos no Brasil.

Eleita em 2004 pela Revista Forbes “A Mulher Mais Influente do Brasil” no setor de Propaganda e Marketing. Em 2005 , “Um dos Dez Maiores Empreendedores Brasileiros” pela Revista Empreendedor.

E em 2006 “A Profissional de Maior Significado para a Criação Publicitária no Brasil nos Últimos 20 anos”; Também eleita pelos lideres da imprensa como um dos 10 publicitários mais confiáveis do Brasil.

Defensora incansável da reformulação dos conteúdos da mídia numa direção mais ética e construtiva, em outubro deste ano, foi a única palestrante brasileira convidada no Women’s Forum for The Economy and Society (Fórum da Mulher para a Economia e Sociedade), em Deaouville, França. Tendo desenvolvido sua carreira como redatora e diretora de criação, colecionou centenas de prêmios nos mais renomados festivais nacionais e internacionais. A trajetória e/ou o pensamento de Christina são destacados em 20 diferentes livros, por diferentes autores brasileiros, entre eles: Desafios Empresariais; Como Eles Chegaram Lá; Meus Amigos Publicitários; Processo de Criação; Mulheres que Abrem Passagem; Maturidade Revista; Nossos Últimos Vinte anos; Administração em Publicidade e outros.

Christina participa dos Conselhos: FGV - Fundação Getúlio Vargas, ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), WWF-Brasil, CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), AVAPE (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais) do Business Affairs Committee e do próprio Board da AMCHAM. Embaixatriz do Fórum Mundial da Mulher para a Economia e Sociedade, com sede na França, Christina é também membro do Advisory Board dos Programas de TV Ethical Markets, nos EUA.

O Mercado Precisa Acordar

Christina Carvalho Pinto defende que o despertar para o desenvolvimento sustentável é vital para a sobrevivência do planeta e das empresas. Principal nome feminino da história da propaganda brasileira e eleita um dos dez maiores empreendedores brasi­leiros em 2005, Christina Carvalho Pinto, presidente e sócia proprietária do grupo Full Jazz, fala sobre sua carreira como executiva e empresária, e defende a responsabilidade comum de todos os profissionais pelo futuro do mercado e do planeta.

X: Em qualquer pesquisa sobre propa­ganda brasileira, seu nome aparece entre os principais nomes, também como o maior expoente feminino. A partir de um certo momento, sua trajetória é pública e conhecida, mas a pergunta é: como você começou, quais foram os primeiros passos para chegar até aqui?

Christina Carvalho Pinto: É muito difícil alguém dizer como começou. Apesar de a propaganda não ter sido uma escolha originalmente minha, estou nesse merca­do há tantos anos, então tornou-se minha escolha em determinado momento da vida. Como fiz boa parte da minha trajetória como redatora, acho que começou aos 9 anos, quando comecei a escrever crônicas, contos e poemas. A palavra foi, talvez, o dom mais poderoso que o céu me deu e eu percebi isso já nessa fase de infância. Acho que todos nós temos muito dons, não é? Por exemplo, nas aulas de redação sempre tirei as melhores notas, enquanto que nos trabalhos manuais tirei todos os zeros. Cheguei a fazer uma troca com meus colegas: eu fazia redação para todos e eles faziam trabalhos para mim (risos). Depois, houve um segundo fator muito importante. Morei dos 13 aos 17 em Cam­pinas... minha infância passei em Dois Córregos, onde eu nasci. Quando fiz 17 anos, decidi que eu não queria mais morar na casa dos meus pais. Decidi que queria morar em São Paulo e era muito mais um grito de independência pessoal do que uma escolha profissional. Fiquei sem saber o que fazer, porque o que eu fazia mesmo era música e literatura, só fazia isso, me formei em música, sou pianista, sou bai­larina formada e também, naquela fase, tinha sido convidada pelo melhor cursinho lá de Campinas para dar aula de gramática e literatura. Me encantei e dei aulas o ano inteiro, quando chegou o fim do ano, eu não tinha escolhido o que eu queria pres­tar. Aí, um dos meus irmãos falou que eu deveria tentar um estágio numa agência de propaganda. Assim consegui meu primeiro estágio, numa agência que, na época, era muito famosa, chamada P.A. Nascimento, o dono era o Paulo Arthur Nascimento, hoje já falecido. A partir daí comecei a gostar do desafio. Era tão mais difícil do que eu imaginava, tão mais infinitamente difícil do que eu supunha, que acho que me motivou.

X: E a música, a dança, ficaram de lado?

Christina: Não, eu continuei dançando quando vim para São Paulo, participei de muitos espetáculos de dança, no Teatro Municipal. Eu tinha me formado em clás­sico, em folclórico, em afro-brasileiro e aprendi mais da dança moderna, a dança de vanguarda, e uma série de outras téc­nicas, depois fui fazer jazz. Isso foi já em São Paulo, como trainee de redação, ou como redatora júnior, que foi meu segundo emprego, na Thompson. Quando me for­mei de fato em piano, pelo Conservatório Musical Campinas, que na época tinha uma associação com a PUC campinas, eu já era diretora de criação na McCann Ericksson, já tinha filho, as coisas foram meio compli­cadas nesta fase, mas valeram a pena.

X: Você, a certa hora, abandonou uma posição confortável de presidente de uma das maiores agências, de um grupo multi­nacional do Brasil, e partiu para um novo desafio: criar a sua agência. Muito mais do que apenas um nome, o funcionamento da Full Jazz é inspirado no funcionamento de uma banda de Jazz. Como você explica o diferencial desse formato de trabalho?

Christina: Durante 8 anos nos quais fui sócia do grupo Young & Rubicam, percebi claramente que a estrutura, o desenho de gestão, o desenho operacional das agências de propaganda naquele momento, 1996, era o mesmo desenho de nossos clientes, piramidal e fortemente hierarquizado.
Per­cebi que isso engessava a minha atuação criativa e que o mundo corporativo estava se redesenhando, na minha visão não se redesenhava para o melhor formato. O que estava acontecendo era o que se chamava de reengenharia, que nada mais foi do que o enxugamento radical dos quadros das corporações, com um aumento alarmante do desemprego no mundo inteiro. Eu co­mecei a perceber que esse enxugamento mantinha o único lado ruim, que era a hierarquia exagerada, o engessamento dos postos de trabalho. Se por um lado a gente tinha uma crítica muito aguda ao que esta­va acontecendo no mundo corporativo, por outro lado, nosso setor não estava fazendo nada diferente, nós também estavamos imitando tudo igualzinho...

X: Criticando e assistindo...

Christina: Isso! O mercado publicitário jogou na rua por volta de 17 mil pessoas em 5 anos. Então, eu achei que seria inte­ressante entender, dentro da metáfora da música, se vale a pena a gente ser sempre o regente da orquestra. Optei, então, pelo modelo da banda de jazz. O que significa isso do ponto de vista prático? A primeira coisa que nós fizemos foi desestruturar o sistema de departamento. O atendimento se senta numa célula circular, junto com alguém de mídia e alguém de planejamento estratégico e essa célula atende um grupo de clientes. Então, você cria várias bandas de Jazz, dentro do desenho operacional da empresa, e o cliente é parte intrínseca dessa banda.

Segunda coisa: a verdadeira delegação de poder. Desde que fundamos a Full Jazz, queríamos exercitar e treinar um sistema de liderança compartilhada, através do qual todos os que trabalham dentro do gru­po Full Jazz são estimulados a desenvolver a sua criatividade, sua iniciativa pessoal. Aqui é permitido errar. Se eu não posso errar, eu não abro a boca. Quem vai abrir a boca numa reunião, se todo mundo der risada do que eu falei? O desafio foi: Como destravar as pessoas? Nos últimos 3 anos e de maneira muito expressiva, para minha alegria, no último ano, a liderança com­partilhada começou a exercer o seu papel de maneira forte, criativa, independente, ativa e decisória. Hoje a operação do grupo Full Jazz, das nossas diferentes empresas, está em mãos dos líderes, pessoas que de fato fazem acontecer.

A terceira parte dessa metáfora é a universalidade do jazz. Ser uma empresa nacional não significa, em pleno terceiro milênio, que você seja uma empresa xe­nofobista ou limitada. O mundo da criati­vidade é totalmente universal e ilimitado, o jazz é um excelente exemplo disso. A metáfora do jazz quer dizer a capacidade de trabalhar de forma não-arrogante, a banda de jazz sabe de sua interdependên­cia, mais do que qualquer outro tipo de grupo. A grande diferença é essa, tudo o que aprendi, eu vou usar com liberdade ou sem liberdade? Se puder usar com liberdade, como acontece numa banda de jazz, então eu vou poder realmente gerar o novo, ter a liberdade individual de usar as minhas competências, somando a elas a minha alma. Não posso ser arrogante para fazer jazz, pode ser que eu estivesse pensando em começar um solo, mas você veio com uma temática imperdível, eu não posso impor o meu desejo sobre o teu, eu sou o teu suporte... e sou seu fã.

X: Como você já escreveu, inclusive citando Peter Drucker, o brasileiro tem características inerentes que facilitam o caminho para o empreendedorismo. No cenário atual brasileiro, o empreendedo­rismo exerce a força que pode e deve ter ou está aquém? O que pode ser melhorado nesse sentido?

Christina: Muito importante essa per­gunta. Eu faço parte dessa mega corrente de empreendedores brasileiros, que acreditam no poder dessas nossas idéias
inovadoras, que lutam por essa capaci­dade nossa de inovar e de por em prática, porque a inovação é a criatividade eficaz. Eu posso dizer que sou criativa e isso não vai mudar o mundo, mas quando digo que sou inovadora, o verdadeiro sentido disso deveria ser de criatividade eficaz, criativi­dade capaz de modificar cenários positi­vamente. O Brasil está entre os países que tem um modelo de gestão mais sofisticado e inovador e isso não é de agora. Somos exemplo mundial de atuação e sofisticação na criatividade e na maneira de transfor­mar essa criatividade em algo produtivo e transformador. Até aí perfeito, mas a gente consegue avançar? Não! Primeiro porque os impostos se multiplicaram no setor de prestadores de serviço. É de perder o gosto por empreender.

A segunda coisa é que o sistema burocrático brasileiro é inacredi­tavelmente lento, tudo trava... para abrir uma empresa você demora meses, para fechar leva anos. Não adianta só ter bri­lhantes empreendedores, são necessários sistemas regulatório, fiscal e de patentes favoráveis. Se a nossa capacidade é de ino­vação, é necessário um sistema de patentes incrivelmente rápido, eficaz e protetor dessa capacidade brasileira. Eu parei de fazer palestra sobre empreendedorismo, eu parei de escrever, porque eu me julgo irresponsável neste momento de estimular o empreendedorismo, num país que não quer os empreendedores.

X: Vamos para outra bandeira que você de­fende bastante que é a da Responsabilidade Social. Existe uma maioria de opiniões favoráveis, mas também existem as con­trárias, defendidas em artigos inclusive, que dizem que responsabilidade social em propaganda é coisa de uma “patrulha ideológica”, que a função da propaganda é exclusivamente vender. Qual sua opinião sobre isso?

Christina: Olha gente, que coisa incrí­vel... eu acabei de sair de uma palestra do Fernando Almeida, presidente do CBDS, Conselho Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável. Participei de debates, com cientistas e pesquisadores, que disseram que o planeta tem 5 anos de vida, Al Gore falou em 10. É urgente, é emergencial, não é mais um papo cabeça, você precisa assumir a responsabilidade perante o planeta. A propaganda é uma ferramenta poderosíssima de mobilização, a mídia se tornou o grande “deus” do planeta, porque é o único que fala com o planeta inteiro, simultaneamente, 24 horas por dia, e seu papel vem sendo discutido no mundo inteiro. As empresas estão descobrindo que o assunto não é só vender, e nós, pu­blicitários, vamos dizer que o assunto é só vender? O que nós estamos fazendo com toda a informação a que temos acesso? Quando fizemos o lançamento do Imagens e Vozes de Esperança (www.ive.org.br), aqui em São Paulo, fizemos uma coletiva e enviamos 40 convites só para líderes da imprensa. Estamos cansados de saber que dos 40, vem no máximo 10, e não vem o líder, vem um repórter para ver do que se trata. Não só vieram os 40, como trouxe­ram convidados! E sabe o que eles estavam dizendo? Que isso aqui é tudo o que a mídia está precisando, todos os setores envol­vidos com comunicação, publicitários, jornalistas, cineastas, fotógrafos, escritores de novela, animadores de auditório, todos! E acima de tudo os donos de veículos, o que eles mais precisam e nós precisamos agora, é mobilizar a indústria da comunicação para iniciativas que ajudem a estancar o tamanho da encrenca que nós mesmos criamos. Dizer que a propaganda não tem nada a ver com responsabilidade social, ou pior do que tudo, isolar o senso de res­ponsabilidade do papel do publicitário... isso é chocante!

X: Quando falamos de responsabilidade social e empreendedorismo, falamos de futuro. Em um texto no site da Full Jazz, você coloca que a principal pergunta que o publicitário precisa responder, para traba­lhar nesse cenário que se desenha é “Qual o papel do publicitário?”. Como descobrir a resposta para essa pergunta?

Christina: É muito simples! Se os publi­citários não tiverem a capacidade de ser vanguarda, sejam seguidores de novo. As empresas estão desenvolvendo pro­cessos gigantescos voltados à sustenta­bilidade, porque perceberam que é uma questão de sobrevivência. Cabe, então, a nós, desenvolvermos processos para expressar e estimular a sustentabilidade das marcas. E não é que elas podem, elas têm que ser! Dois anos atrás eu diria que elas podem, hoje eu digo que é obriga­tório. Porque eu digo que é obrigatório? O CBDS apresentou que as corporações estão fazendo estudos e concluíram que no ano de 2015, 75% das empresas exis­tentes não serão as mesmas de hoje. Isso é um dado estatístico.

X: Então, agora, para encerrar, duas perguntas tradicionais que fazemos sempre ao final das entrevistas. Qual as dicas que você dá para quem está come­çando e qual a importância que você ve num trabalho de ex-alunos, como um prolongamento da atividade de ensino e do relacionamento com seu meio?

Christina: Acho que a primeira dica que eu queria dar, essa dica é do fundo do meu coração, é: ao despertar, des­pertem as universidades. O papel, hoje, das jovens lideranças no cenário acadê­mico tem a mesma dimensão do papel dos líderes das grandes corporações na condução da reconstrução imediata do planeta. Façam absoluta questão de participar da estrutura curricular e extra curricular, como o novo Centro de Inovação e Criatividade. Eu acho que as academias, em grande parte, não estão preparadas para este tema. A ESPM tomou uma decisão in­teressante, criar o Centro de Inovação e Criatividade, eu tenho muita honra de ter sugerido isso, a minha sugestão de nome era “o laboratório do novo”. Os alunos e ex-alunos precisam chegar na gestão da academia e dizer: Nós quere­mos um mundo novo! Nós queremos que esse centro seja um centro de dissemina­ção de um novo mundo! A primeira dica é: Movam-se!

A segunda dica é, caso vocês duvidem do que eu estou falando, não deixem de assistir “Uma verdade inconveniente” do Al Gore, não deixem de ler o livro, não deixem de exigir que a universidade acorde para esta verdade, porque todas as profissões têm um papel urgente, todas, sem exceção. O que mais que eu posso dar de dica? Corram!

02/03/2007 19:44
Christina Carvalho Pinto lança plataforma multimídia dedicada à sustentabilidade

Nesta quarta-feira, 28 de fevereiro, foi lançada o portal Mercado Ético (versão brasileira da Ethical Markets), resultante de uma parceria entre Hazel Henderson, referência em sustentabilidade no mundo, e Christina Carvalho Pinto – importante nome da comunicação brasileira, presidente do Grupo Full Jazz e voz ativa na ética da comunicação. O Brasil é o primeiro país a lançar uma versão nacional da plataforma Ethical Markets, que está prestes a alçar vôo também na China, na Austrália e na Inglaterra. Por aqui, o Mercado Ético (www.mercadoetico.com.br) se propõe a ser a mais completa plataforma multimídia, totalmente dedicada ao tema da sustentabilidade, e está sob a responsabilidade da novíssima Conteúdos com Conteúdo, empresa voltada à criação e produção de conteúdos éticos e inovadores para mídia.

A Conteúdos com Conteúdo tem como sócios Christina Carvalho Pinto e o jornalista Ricardo Carvalho, que atuou anteriormente em importantes veículos, como TV Globo (Globo Repórter), Folha de S.Paulo, TV Cultura, e é também produtor de conteúdos voltados a questões socioambientais. A empresa opera de forma independente e não faz parte do Grupo Full Jazz, também presidido pela executiva. No Brasil, o Mercado Ético pretende repetir o sucesso mundial do Ethical Markets, que foi lançado por Hazel nos Estados Unidos em 2005 e que hoje tem abrangência global, com operações nos cinco continentes, alcançando 44 milhões de domicílios – cerca de 150 milhões de telespectadores. Os conteúdos também serão distribuídos em vídeos educativos em conjunto com a Films Media Group, a maior distribuidora do gênero nos Estados Unidos. No ambiente web, Ethical Markets está lançando, em uníssono com o lançamento brasileiro, um novo formato através do sistema IPTV, Internet Protocol over Internet, ou seja, uma nova tecnologia em transmissão de TV via internet. A montagem de toda a plataforma multimídia exigiu dois anos de planejamento, um ano de produção executiva e investimento inicial de R$ 1,2 milhões. “Participar do desenvolvimento desta plataforma tão inovadora traz um sentimento de grande realização. Seu resultado será a mudança positiva em muitas empresas e em seus líderes. No Mercado Ético, todos encontrarão o encorajamento e as mais preciosas ferramentas para a vivência dos valores éticos, única saída para os graves desafios globais", afirma, em comunicado à imprensa, Christina Carvalho Pinto, diretora-geral do projeto.

"Depois da Enron, Worldcom e outros escândalos corporativos, a sociedade está exigindo novas práticas empresariais que reflitam seus valores. O Mercado Ético é uma iniciativa que pretende mostrar aos consumidores, clientes, empresários e investidores como alinhar seus interesses às suas crenças e visões para a criação de um futuro melhor”, declara Hazel Henderson.

Segundo ela, a plataforma servirá como vitrine para histórias reais que resultem em grandes mudanças. Lideranças empresariais poderão compartilhar experiências de como estão incorporando esses novos valores que transcendem a economia e redefinem o conceito de riqueza. “Queremos mostrar como está sendo praticada essa nova visão de negócios, que promove o crescimento através do respeito pelo ser humano e pelo meio ambiente”, completa. A plataforma está estruturada em três pilares: portal com internet TV, que transmitirá programas no formato Web TV, com entrevistas, debates e reflexões de especialistas em diversos temas como aquecimento global, ética planetária, tecnologias sociais e qualidade de vida e bem estar, entre outros; salas temáticas, que são espaços destinados à divulgação de conteúdos múltiplos – artigos, reportagens, referências bibliográficas e links – que contribuam para a compreensão e aprofundamento de temas como energias renováveis, novas lideranças, comércio justo e ambiente de trabalho, entre outros; e um programa de educação corporativa, o qual oferecerá a empresas e universidades a oportunidade de gerar aprendizado sobre os conteúdos produzidos pela plataforma.

Como parte do conteúdo, o Blog Mercado Ético será um espaço destinado a comentários e análise de especialistas e jornalistas convidados. Os patrocinadores que abraçaram a proposta já na largada são o Banco Real ABN Amro, a Serasa e a Faber-Castell. Além disso, o portal já começa alicerçado sob a referência e os critérios de parcerias como: Amana-Key, Instituto Ethos, Uniethos, Instituto Akatu, IDIS -Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, BAWB - Business as Agent of the World Benefit, NEF - Núcleo de Estudos do Futuro PUC-SP, Bovespa, Instituto Zero a Seis, IVV - Instituto Vivendo Valores, IVE - Imagens e Vozes de Esperança e a FNQ - Fundação Nacional da Qualidade.

Este é o projeto que melhor expressa minha determinação de reunir toda a experiência de décadas de atividade profissional bem-sucedida para contribuir com a expansão da consciência humana e a transformação positiva da vida no planeta”, finaliza Christina Carvalho Pinto.

Nem só de Homens Vive a Propaganda
Por Angélica Calheiros

Sucesso, poder e envolvimento: são essas as palavras que traduzem a carreira de Christina Carvalho Pinto, a mulher mais influente do mercado publicitário brasileiro. As conquistas profissionais são muitas, desde o prêmio de Profissional da Década, pela ABRACOMP, (Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda), em 1991, até Sawa/Cannes, Festival Brasileiro do Filme Publicitário e os prêmios Colunistas e Fiap (Festival Ibero Americano de Publicidade). Em 2006, a publicitária também foi eleita vencedora da primeira edição do prêmio "As mulheres mais influentes do Brasil", prêmio promovido em parceria pela revista Forbes e o jornal Gazeta Mercantil.

Christina Carvalho Pinto desenvolveu a carreira como redatora e diretora de criação, sempre em mente, com conceitos de criatividade e ética. Foi líder de um grupo multinacional da América Latina por 7 anos, o Young & Rubicam e, também, a única publicitária brasileira convidada à França para falar no Women's Forum for the Economy and Society (Fórum da Mulher para a Economia e Sociedade). A trajetória e a influência de Christina até despertaram o interesse de diferentes autores brasileiros, o que deu origem a, ao todo, 20 livros. Alguns deles: Desafios Empresariais, Mulheres que Abrem Passagem, Como Eles Chegaram Lá e Meus Amigos Publicitários.

Em 1996, a propaganda brasileira ganhou um ponto de referência no país, quando a profissional deu início à agência de publicidade Full Jazz. Novas regras de organização e criação apareceram, sobretudo, para "dêshierarquizar" o trabalho numa empresa. Para Christina Carvalho Pinto, todos são líderes e têm o momento específico para exercer a função, o que faz do conceito de rotatividade o pilar de sustento da Full Jazz até hoje. Também apaixonada pelo Brasil, a empresária busca mostrar a realidade da nação por meio da propaganda. Diz que o mundo precisa ver o povo guerreiro e vencedor que somos, mas que isso não acontecerá se continuarmos a exportar "miséria, violência, drogas e mulher pelada".

Liderança servidora

Falar não só da mulher, mas do resgate do feminino, trazendo para esse fim de Era, para esse planeta muito machucado, características como a compaixão, perdão e a perspectiva do outro”. Assim iniciou-se a conversa com Cristina Carvalho Pinto, presidente do Grupo Full Jazz de Comunicação. A empresária representou o Brasil, como palestrante convidada, no “The Women’s Forum for the Economy and Society” (www.womens-forum.com).

A primeira edição do evento aconteceu entre os dias 13 e 15 de outubro de 2005, em Deauville, na França, quando mulheres e homens, líderes de diferentes segmentos da sociedade, se reuniram para falar sobre liderança com foco na mulher em suas diferentes áreas de atuação nos negócios, na educação, saúde e meio-ambiente. Nesses três dias de evento, e entre conversas com representantes de diversos países, Cristina nos fala sobre a necessidade mais que urgente de um novo modelo de liderança por parte de homens e mulheres, um comportamento que nos torne mais humanos, um estado feminino do ser - que não é uma questão de sexo - e beneficia a tudo o que é vivo, incluindo a espécie humana. Convivendo com equipes formadas por homens e mulheres, ela percebe as novas gerações muito mais sensíveis à questão da vida do que o que temos no chamado modelo masculino que impera nas organizações, e que levou a humanidade à fome, à miséria, à depressão, à dependência química, ao desamor. Ela faz questão de deixar clara a visão que faz desse modelo masculino, de que ele não é uma invenção exclusiva dos homens, mas um modelo alimentado pela humanidade, a vigência do yang, o símbolo taoísta voltado para a conquista, e que se apresenta no comportamento também das mulheres. “Homens foram criados por mães que reforçaram esse modelo masculino”, afirma Cristina Carvalho Pinto.

A empresária rejeita expressões como “posição de comando”. O conceito de liderança para ela está longe do poder de chefiar, aquele que manda, que comanda, um conceito externo ao ser que ocupa esse posto. Por mais feminino que seja o figurino, o conteúdo de muitas profissionais é carreira e posto de comando, um poder externo a elas. O ambiente é transformado pela presença de um verdadeiro líder, aquele que emana a verdadeira liderança, seja uma mulher ou um homem. Esse sim é o poder verdadeiro. O modelo feminino resgata o olhar da grande mãe em homens e mulheres, o olhar nutridor, e não questionador. O olhar que só acolhe e nunca julga. Ele é fértil, cálido. Esse olhar pode reconstruir o nosso planeta. O modelo masculino presente em nossa cultura faz com que Cristina Carvalho Pinto se surpreenda no fórum, na presença de mulheres de outros países de terceiro mundo, ministras de estado, que ocupam altos cargos, também palestrantes convidadas assim como ela: “Por que é que eu tenho que me impressionar ao encontrar uma mulher brilhante. É o mesmo que ficar ofendida quando alguém afirma que uma brasileira não pode ser inteligente. Temos que nos policiar o tempo todo para não perpetuarmos o mesmo comportamento”. É muito claro a ela que ainda há uma predominância de mulheres que hoje ocupam posições de liderança, e que vivem no modelo masculino, embora não percebam. Elas têm um discurso da importância da mulher na sociedade, mas a linguagem corporal, o aspecto físico, o conteúdo do discurso ainda representam o modelo masculino: “É um fim de era e estava presente no fórum, muito mais nas americanas e européias. Elas são frias, diretas, objetivas e questionadoras”.

O modelo feminino cresce no mundo e não tem sexo. O processo criativo da mulher é abstrato, considera mais o lado intuitivo e menos o objetivo: “A grande diferença é que a mulher não está aprisionada à meta e presta atenção ao processo, e no meio do caminho está o ser humano. O cuidar é da natureza da mulher”. Cristina atribui esta mudança de consciência a um convite para participar de um encontro do Brahma Kumaris, na Índia, em 2003, o que ela avalia como impossível de descrever com palavras, e onde ela diz que ficou literalmente no colo de Deus.

Lia Habib é jornalista, escritora e autora do livro "Jornalista Profissão Mulher", www.liahabib.com.br.

Christina Carvalho Pinto estréia com Mercado Ético na TV

Mercado Ético, a plataforma multimídia criada pela genial economista evolucionária Hazel Handerson, estréia seu programa de TV neste dia 2 de outubro, às 23h30, na programação da novíssima TV Ideal da Editora Abril, que será transmitido pelo canal 70 da TVA. O lançamento será em Sao Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Ainda em outubro estará também nas cidades de Florianópolis, Camboriu e Foz do Iguaçu. O canal deverá ainda ser distribuído em outras praças e operadoras antes do final do ano. Ancorado por Christina Carvalho Pinto, o programa Mercado Ético traz todos os temas de vanguarda ligados à sustentabilidade. De novas descobertas tecnológicas ao resgate do feminino na liderança. De governança corporativa à nova ética planetária. Das mudanças no ambiente de trabalho à percepção das novas demandas de consumidores conscientes.

Na TV americana, o programa Ethical Markets é veiculado em 16 redes de PBS – Public Broadcasting Stations, e assistido por mais de 140 milhões de telespectadores. As melhores entrevistas do programa americano acabam de virar livro lançado este mês pela Ed. Cultrix, na Bienal do Livro no Rio de Janeiro, com o título Mercado Ético - A Força do Novo Paradigma Empresarial.

Christina Carvalho Pinto é a licenciada da plataforma Mercado Ético para o Brasil e toda a América Latina. Em nosso país, o portal Mercado Ético (www.mercadoetico.com.br)

foi lançado no dia 28/02/07 com grande sucesso, tendo completado, em poucos meses, mais de 2.500 páginas, oferecendo dezenas de programas com temas inéditos em formato de web TV. No rádio, Christina conduz todos os domingos pela CBN o Momento Mercado Ético, que vai ao ar entre 12h30 e 13h, dentro do programa Revista CBN. O portal Mercado Ético está hoje presente em todo o planeta, criado e produzido através de bases localizadas em 4 continentes. Nos Estados Unidos, a partir da base de Hazel Henderson, na Flórida. Na Europa, a partir da base em Londres. Na Oceania, a partir da base australiana, em Melbourne. E na América Latina, a partir de São Paulo.

Para Christina Carvalho Pinto, o lançamento do programa Mercado Ético no dia 02/10/07, terça-feira, às 23h30, pela TV Ideal, vem coroar o objetivo maior dessa plataforma que é inspirar todo o mundo corporativo e as lideranças jovens na direção de modelos sustentáveis, estimulando processos de transformação positiva na gestão dos negócios e da vida pessoal. O programa de TV Mercado Ético tem na direção o conceituado jornalista Ricardo Carvalho (ex-TV Globo e Folha), sócio de Christina na Conteúdos com Conteúdo, empresa que cria e produz novos conteúdos éticos e inovadores para mídia. O roteirista também é o ex-TV Globo José Mauricio de Oliveira. E a futurista Rosa Alegria, que é diretora executiva da plataforma Mercado Ético no Brasil, participa do programa de TV dando dicas dos livros e filmes imperdíveis para a reinvenção da vida neste nosso ameaçado planeta.

Informações com Ricardo Carvalho – Jornalista e Diretor do Mercado Ético. Tel.:11 8258 1717








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