segunda-feira, 30 de junho de 2008

O futuro dos negócios na internet



Eduardo Favaretto é criador do iBUSCAS - gestor de soluções para Internet, e especialista em Tecnologia da Informação. Cursou física no Instituto de Física da USP e Engenharia Elétrica na UNESP.

No Brasil, quase 14 milhões de pessoas já acessam a web em suas residências e ficam on-line por volta de 20 horas/mês, dando o título ao Brasil de primeiro colocado mundial em tempo de permanência na Internet doméstica. O Japão vem em segundo lugar com 18 horas, seguido pela França com 17 horas e 43 minutos e os Estados Unidos em último lugar com 17 horas.

Diante destes números, é evidente que estamos migrando rapidamente para um novo mundo virtual, onde são realizadas inúmeras atividades, negócios, relacionamentos pessoais e empresariais. Quando procuramos qualquer produto ou serviço hoje, sempre somos direcionados instintivamente à web, o instrumento que se tornou capaz de agregar e canalizar uma multiplicidade de informações.

O universo de serviços e atividades disponíveis na web é enorme: e-commerce, e-learning, serviços bancários, grupo de amizades, todos os tipos de informações, negócios, atividades financeiras.

No mundo real, para oferecer serviços e produtos ao consumidor, são realizadas campanhas publicitárias baseadas em locais mais freqüentados, programas de TV e rádio, jornais e revistas, que condizem com o perfil do público que se gostaria de atingir.

Quando se fala do mundo virtual a propaganda é explorada por vários meios: banners, pop-ups, hot-sites, newsletters promocionais, dentre outros.

Entretanto, nos últimos anos, passaram a chamar a atenção do segmento de publicidade on-line, os inovadores links patrocinados. Com eles a publicidade na Internet ganha uma forma barata e direcionada de se investir, independentemente do tamanho da empresa e da verba disponível.

Os links patrocinados são pequenos “banners” em modo texto, similares ao formato dos anúncios classificados, exibidos nas páginas de resultados de pesquisas de buscadores como: Google, Yahoo, MSN e portais como: Terra, UOL, IG, dentre outros.

Ocupam uma pequena área do navegador (browser), quase sempre posicionados lateralmente no formato de uma coluna ou horizontalmente no começo da página.

Surgem criteriosamente relacionados com o assunto requisitado pelo internauta ao digitar palavras chaves no campo de busca de cada site, estas são associadas às escolhidas pelo anunciante.

O sistema é parecido ao de um leilão; quando várias empresas escolherem palavras chaves similares, o anunciante que apostar o maior valor, aparecerá no local com mais destaque na página.

O sistema automaticamente fixa um valor mínimo para cada grupo de palavras chaves e o preço aumenta à medida que surgem novos interessados nas mesmas palavras - os investimentos iniciais em muitos casos são baixíssimos, iniciando em centavos de reais. Mas o ponto principal é que o investidor só pagará quando efetivamente o seu “link patrocinado” receber algum clique dos internautas.

O anunciante configura sua campanha publicitária na Internet, via painel de controle administrado na própria web, sem a necessidade de instalação de softwares ou qualquer conhecimento técnico adicional.

Tudo é feito on-line via browser, a campanha, exibição de seus anúncios, localização da empresa pela Internet por clientes interessados em seus produtos ou serviços - os quais vão clicar no anúncio - e a revisão permanente da campanha on-line.

Este é o ciclo dos links patrocinados. Assim como toda ação de marketing, uma campanha on-line precisa de acompanhamento constante, verificação de estatísticas e medição dos resultados reais. Benchmark junto aos negócios dos concorrentes – o qual também pode ser feito on-line – também não pode ser esquecido.

A modalidade de anúncios via links patrocinados já permitiu um aumento gradativo da publicidade on-line no Brasil, conforme pesquisa desenvolvida pelo projeto Inter-Meios, que registra um faturamento de R$ 158 milhões no primeiro semestre de 2006, atingindo pela primeira vez, 2% da fatia do mercado publicitário.

Embora os números pareçam modestos em relação aos outros meios, como a TV que registrou o índice de 63,5%; percebe-se a diferença ao compará-los com os investimentos dos quatro primeiros meses de 2005, quando os números da publicidade on-line atingiram a cifra de R$ 70,3 milhões.

Com esses dados é fácil concluir que os negócios da Internet começam a dar resultado à medida que a sociedade canaliza a execução de suas atividades na própria Internet, conforme os dados do e-Bit, que informam que o varejo on-line faturou R$ 196 milhões com o Dia das Crianças, 12 milhões de reais acima das projeções inicias.

Após tantos anos de publicidade condicionada às mídias tradicionais, com custos que inibiam o investimento dos pequenos e médios empresários, os links patrocinados surgem como uma forma estratégica para obtenção de resultados rápidos e promissores.

Telefônica negocia com a Globo para lançar TV 13/4/2007 10:55:00

No momento, a tele negocia conteúdo com as principais geradoras do País, incluindo a Globo. Prestes a lançar oficialmente a sua TV por assinatura por satélite, negócio que já recebeu a autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Telefônica reafirmou a este jornal que todas as suas fichas estão concentradas na banda larga. "Essa é a grande mudança que o processo de convergência está gerando", disse o novo presidente Antonio Carlos Valente.

Ele foi conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), ajudou a criar o arcabouço das regras da privatização da Telebrás e agora, posicionado do lado corporativo, recém-empossado como presidente da Telefônica do Brasil (desde janeiro), depois de ter passado dois anos na subsidiária do grupo no Peru, e substituindo Fernando Xavier Ferreira, luta pela "flexibilização" dessas mesmas regras.

"Tudo o que fizemos no passado não significa necessariamente que seja o entorno adequado para o momento que estamos vivendo hoje", afirmou Valente. "Com regras extremamente rígidas o processo de inovação não avança", previu. Sem tecer nenhum comentário às atitudes do ministro Hélio Costa, das Comunicações, Valente defende que "o marco legal existente precisa ser reestudado, incluindo os segmentos de radiodifusão, televisão por assinatura, tv a cabo e telecomunicações, de forma a permitir os avanços à sociedade".

Desde 7 de março, a Telefônica está autorizada pela Anatel a prestar serviço de televisão por assinatura por satélite em todo o território nacional. A tecnologia é a DTH - Direct to Home.

Nesse momento, a Telefônica está envolvida em comprar conteúdo. "Temos uma série de contratos firmados e outra série sendo negociada com empresas geradoras de conteúdo nacional". Valente não quis mencionar os nomes das empresas que vão se tornar fornecedores da Telefônica.

Mas é a Globo quem ocupa o centro das especulações do mercado, inclusive porque, no último dia 2, ao ser entrevistado no programa Roda Viva da TV Cultura, o próprio Valente afirmou que a Telefônica estava negociando com a Globo e com as demais redes de televisão o conteúdo de TV aberta para veicular por sua TV por satélite a todo Brasil.

Enquanto o lançamento formal é preparado, com campanha publicitária e o estardalhaço que costuma caracterizar as ações da dona do super 15, o consumidor paulistano já desfruta de pacotes flexíveis e combinados, como os da Net.

A grade de programação da TVA, com quem a Telefônica tem parceria comercial além de uma opção de compra, faz parte dos pacotes integrados também pela banda larga Speedy e pelo telefone fixo no Estado de São Paulo, onde a companhia tem 12 milhões de assinantes.

O pacote mais barato custa R$ 69,90 e oferece acesso à internet em velocidade de 256 quilobits por segundo (kbps), com limite de download a 4 gigabites ao mês.

O uso excedente é cobrado à parte. Se o cliente quiser, pode reunir ao pacote à telefonia fixa, pela qual pagaria um fixo de R$ 50,12 e garantiria 350 minutos de ligações locais ao mês.

Para alavancar as vendas, a Telefônica liberou os fins de semana para ligações locais grátis até 31 de dezembro. As chamadas para celular e as de longa distância têm 10% a 12% de desconto sobre os preços normais.

Há planos mais robustos, com velocidades de 500 kbps e 1 megabite, por R$ 79,90 e R$ 99,90.

Nesses combinados, a estratégia da Telefônica é clara: reter o cliente e evitar que ele seja seduzido pela operação triple play da Net, com telefone (Embratel), banda larga (Virtua) e TV por assinatura (Net).

Fonte: Gazeta Mercantil

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